sábado, 25 de junho de 2011
Poema: Cobra
COBRA
Cuidado com a cobra
que te abraça.
Pode ser afeto,
pode ser ameaça.
Faz fechar teus olhos.
Enquanto isso esmaga.
E com a língua bifurcada
lambe outra imagem que apaga.
Judith Fringer
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Poema: Quadro
QUADRO
O corredor de quadros
meio paro, meio passo
olhar domesticado
pro lado de dentro
o que vejo é como um grito
faz perder sentido
quanto será que vai custar?
surpresa.
sai daqui, eco dos meus passos,
que meio ando, meio paro.
cada quadro
meu retrato
esmaecido, derretido
querendo estar parado.
Wolf de Andrade
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