terça-feira, 29 de abril de 2014

Mar no Olvido

MAR NO OLVIDO



MEU OUVIDO ESPIRAL OUVIU.
COM O MAR NO OLVIDO:
MAR, CÉU, ELO -
EU NO INTERIOR DAS CONCHAS
ACONCHEGADO.
CHEGADO DE MAR, IMPULSO,
MARACÁ NA MÃO CANTANDO, 
EM PULSO CHOCALHANDO O MUNDO.

PASSO, IMPRESSÃO DE AREIA,
GRÃO, SAL, LENTIDÃO, SEREIA.
E POR LÁ IA O TEMPO
QUE TEM PÓ DE MARESIA.

A PRAIA, UM TEMPLO.
DEBANDA A ESPUMA JAZENDO EM RENDA...
POR ESSAS BANDAS
UM BANDO SE OFERENDA.

E NÃO TEM PEITO QUE NÃO INUNDE,
NEM CORAÇÃO QUE NÃO ENTENDA:
QUANTO MAIS ONDA EU OUÇO,
MAIS EU BALOUÇO,
MENOS ME AFOGO.
LOGO,
QUANTO MAIS MAR EU VEJO,
MENOS MAREJO,
MAIS EU MARUJO.
FUJO.





Poema: Marcelo Asth
Fotografias: Rafael Rodrigues

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Música da Gente

MÚSICA DA GENTE


Devemos cantar estrelas e
Encharcar de tempestade,
Rindo todo o sol poente
Que desaba na cidade.

Chegamos com toda a sorte,
Com viço de potestade,
Cheios de epifania, utopia
E vontade.

No entanto, procuramos
Decifrar os nossos sonhos,
Desanuviando os olhos
Pra rever nossa Verdade.

Perseguimos o futuro
Carregando uma saudade,
Sem âncoras e sem amarras,
Com amor em quantidade
Pra semear qualquer peito
Fértil de felicidade.

Sem bandeiras ou um lema
Vivemos nosso poema
Mutante, candente!
Sente!
Abrimos nosso presente
Repartido como versos.
Quem quiser mil universos
Siga a música da gente!

Devemos cantar estrelas e
Encharcar de tempestade
Rindo todo o poente
Que desaba na cidade.

Iremos até à morte,
No ciclo das muitas vidas,
Sem dúvida cheios de dádiva,
Seguindo sem fazer dívida,
Se indo, sendo e amando
À mando da mão divina,
Colhendo nossas escolhas
Nas escolas dessa vida.


E vamos com toda a sorte,
Com viço de potestade,
Cheios de epifania, utopia
E vontade!