segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

DIZ

Diz pra mim se você me espreitava sem medo,
Diz pra mim se você me esperava tão cedo,
Diz que assim eu matava sua sede,
Diz que o embalo era bom em minha rede.
Diz que a gente queria sentir.
Se ressente se a gente mentir.
Mas você, por favor, se disser, não me mente.
Deixa o rio correr em corrente,
Deixa a chuva do céu em torrente,
Deixa a boca dizer tua palavra
Pra eu saber que por mim você sempre esperava.

Eu queria ser sempre profundo,
Eu queria ser pra você todo o mundo,
Mas querer ser assim é demasiado estranho.
Eu queria entrar em toda tua entranha
Pra ver se me soma na mudança que ganha.
Eu queria ser mais que teu sonho,
uma realidade de alegria tamanha. 
Eu queria que eu fosse a sua loucura
Pra saber se meu peito de hospício te atura.  

Diz pra mim se me quer pro futuro
Que assim me preparo pra ver se me aturo,
Me embalo em presente pra abrir mais pra frente.
Diz pra mim que a gente se sente.
Diz num verso que eu era desejo,
Diz intenso que eu era solução,
Diz no ouvido que eu era um cortejo,
Um ensejo, gracejo, mil vezes beijo
E não solda no furo da solidão. 

Marcelo Asth

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