quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Poema: Urubu



URUBU


Urubu, avoa daqui,
que eu canto brabo
a urucubaca bacana.
Urubu na espreita,
prepara tua tumba,
que bato macumba,
praguejo maleita.

Vai, urubu, avoa,
amor meu não é carniça.
É carne nobre, de primeira.
Não fica às moscas na xepa da feira.
Não fica à mostra pra quem quer que queira.
Ao Deus-dará, vitrine-lixão.

Amor meu é proteção.
Pra passarinho,
gaiola de ouro,
pio de carinho
e alpiste na mão.

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Urubu, voa bem alto -
ouve daqui meu despacho -
e prepara o sobressalto
na turbina do avião.

Marcelo Asth

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