terça-feira, 14 de agosto de 2012

Poema: Embrulho

EMBRULHO

Quando o órgão dói, tudo para
com o fisgar da célula,
pêlo por pêlo despencando pêlo,
como o caranguejo,
ares de morfina.
Embrulho do presente constante,
a iminência do sempre
ainda.

Quando o órgão corta,
multiplica massa,
sangue, líquor, soro, mabthera.
Rituximab no catéter, éter, éter,
porte, ser ou não ser Hodgkin, 
eis a questão.

Metástase extasiada
abraço baço acessório,
fístula pílula comprimido
ar que me escapa.

Marcelo Asth

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