ESPERA
A gente é o que pode,
sempre esperando o que já está,
corroídos de longo tempo
e embriagados de tentativas.
Ouço a memória da pele
tateada em retentivas,
no momento em que me sinto
santo, tonto, canto, tinto.
O espanto infinito
de ser todos que eu sou,
ser de todos que eu soo,
de ser eu quando si só,
quando me sonho,
sólido sonho,
solidária solidão
que me acompanha.
A gente só pode no momento que já pôde.
Todos somos
e isso nos basta todos,
Tolidos doidos
na louca esfera,
Na cor roída embriagada.
Na cor roída embriagada.
A gente vive na espera,
na antevéspera do nada.
na antevéspera do nada.
León Bloba
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