domingo, 16 de setembro de 2012

Poema: Sobrado

SOBRADO

Sobra e sobe a construção
de esqueletos esquisitos,
erguidos esguios,
perfilados e sombrios.
Esta rua de arruinados casarios -
antes aprumados do requinte de outro Rio.

O tempo passou nesta rua,
abanando o seu leque empoeirado.
A sobra - sempre acima dos sobrados,
edifica-se à sombra do passado.

Esta rua de sobrados adornados, 
conta mais de cem janelas
que se abriam para ela...
o tempo foi fechando as fenestras
e as aldravas trazem um aspecto abandonado.

Pela rua andam espectros cansados
e os gradeados tem desenho enferrujado.
Sobra e resta um edifício assobradado
onde escorrem os minutos no telhado.

Marcelo Asth

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