domingo, 1 de setembro de 2013

Poema: Ouvido Direito

OUVIDO DIREITO

A corda estica:
Pane na ventuinha.
Vou para o estado zunido da onomérica 
feérica pertipotérica histérica mente.
Sente asa de bicho alado dentro da orelha,
Centena de vôos na bateção...
Não sei se tenho ouvido direito -
Nem esquerdo mais -,
Mas tento o centro.
Abre-fecha movimento,
Pressão ou borboleta
Lenta-rápida, 
Como o início do som da cigarra
Indeciso com coragem.
Bulbo abrindo-fechando,
Balbuciando o estouro.
Pica-pau picareta,
Êta! Britadeira tiroteio de borbulha,
Rugido de porta velha -
Tem alguém morando na minha cabeça!
Otorrino pra não chorar...
O ronco-barulho de rede ia e vinha,
corda do barco estica crec-rói.
Pira na ventuinha.

Marcelo Asth


Hoje, desde as 7h da manhã, meu ouvido direito está pulsando num zunido insistente, coisa chata, preocupante. Zumbido doido, que não para, martela martelinho. Na verdade é um não-zumbido, pq não parece frequência de tv, raio catódico. É coisa de abre-fecha por dentro e, no ouvido, fica mais doido ainda...

Daí deu vontade de escrever impressões do que tá pulando na cabeça. 

Taí o poema:

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