domingo, 27 de março de 2011

Poema: Horizonte

HORIZONTE

tenaz e furioso
o horizonte que queima por ser visto
o instante é agora;
tem que se olhar -
um piscar é um titubeio.

galga por linhas obscuras
buscando sentido de busca
frívolas maquiagens de ser
quem sou
quem é
quem espera?

não há motivo pro vexame de não me chamar.

se eu fosse coragem
morria.
de desespero
de ironia.

talvez por amar ser castrar a origem
pra se fundir a outra linha de tempo.
profícuo profundo
do abismo

não sei contar os minutos.

à exaltação um brinde:
é preciso admirar.

León


Depois de chorar por um dia inteiro, tomei a coragem de postar um poema de León. Ele por fim chegou a mim da mesma forma misteriosa que outros poetas se manifestam. Horizonte me fez olhar por mais de uma hora pela janela, com olhos baços. Em algum ponto se perderam. Perduraram. 
O poema chegou no verso do papel de pão com meus 6 pães franceses. Ao pegar o primeiro pão pra comer com a mortadela que também comprei, reconheci a letra de meu irmão por dentro do saco de papel fraco. Perdi o apetite, chorei e sorri ao mesmo tempo. Guardei o poema onde ele dormia: na cama de cima do beliche. Hoje não vou conseguir dormir.

Bloba.

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