quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Poema: Inconstância

INCONSTÂNCIA

Eu não sei o quanto preciso
pra saber-me necessário.
É preciso ser diário
nas constatações de um sorriso.
Precisam te ver rasgando o rosto
pra chamarem de bom moço.
Mas quem vê meu alvoroço
quando perco em mim o gosto?
Quem me disse só amigo?
Tenho fáceis inseguranças
que me trazem inconstâncias
de ser corpo e meu abrigo.
Brigo assim também comigo,
esperando eu ser folganças,
nas minhas intemperanças,
insistência de perigo.
Usando meus ósculos escuros,
saio nas ruas de luz
vendo um sorriso nos muros
que concreto, não me induz.
Minhas formas de beijo cego
se dão nas minhas torpes esperanças
de alimentar o meu ego
com as suas inconstâncias.


Marcelo Asth 

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