sábado, 26 de maio de 2012

Poema: Acordo

ACORDO


Cri, cri, cri
no mistério dos grilos
e no silêncio noturno
dos rebanhos.
Cri no que vi 
ao deixar a cabeça sorrir
e voar.


A noite estrelada deixa zonzo
e o pensamento em cada árvore viva do mundo,
todos os homens nos grandes centros
são como borboletas aflitas em acordo.
Cri no bater de celofane,
cri nas crises do homem.



Cri no que se refastela
e se esfacela em acreditar.
E crendo, crendo, crendo,
me vi doendo de tanto acordar.

León Bloba


Imagens: The White Deers

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