quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Poema: Maré

MARÉ

Quando a gente se encontra 
nada nada contra a nossa maré, 
tudo é uma imensa onda que vai 
onde a gente quer.
E se não dá pé no mar,
a gente nada e não morre na praia.
A gente tudo é essa água toda,
que não pára de bater, de refrescar, de fazer som.
E nessa ondulação que vem do vento,
a massa d'água se distribui
E vai arrastando espuma
prum encontro na praia noturna.
No fluxo, o afluxo puxa a gente em corrente
e a gente se entrega no sal e na água. 
Ficamos à deriva, 
nos feitios enrolados
de nossas vagas marítimas.

Marcelo Asth

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