sábado, 20 de agosto de 2011

Poema: Jogos de Guerra


JOGOS DE GUERRA

Quando seu corpo no meu,
Descubro um campo de batalha,
Onde por fim caímos mortos
Na tática tátil dos corpos.

Ao me despir ao seu dispor,
Tiro à queima roupa.
Combate corpo-a-corpo,
Tudo apalpa e nada poupa.

Sou dado, soldado seu.
Confuso de que lado ataco,
Avanço e recuo a tropa
E trôpego pelejo fraco.

A investida aguarda.
Da acometida me salvo.
Ataque à retaguarda!
Seu corpo nu é alvo...

Entocado em sua trincheira,
Em sua pele estrangeira,
Rastreio sem mapa seus rastros.
Alastro-me dando bandeira,
Hasteio e ali finco o mastro.

Meu exército exercito
Explodindo nossas bombas
De anatômicos cogumelos atômicos.
Exploro seu país indômito
E excito tudo o que fito.

Renda-se na emboscada
Desta minha embocadura -
Que demarco com meus dentes
As áreas que a boca procura.

Mordente em arrepio,
Torno a te definir no sexo -
Que crio contorno convexo
No bojo do seio macio.
Quando amando,
Mordo-o em cheio.
Sei-o antes meio vazio...

E vendo os relevos lanhados
E desvendando sua mata,
Você me revira de lado,
Revida e contra-ataca.

Tomba logo o corpo e sente
A hecatomba em combate -
Que o jogo amoroso da gente
É guerra que acaba em empate.

Marcelo Asth

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