JOGOS DE GUERRA
Quando seu corpo no meu,
Descubro um campo de batalha,
Onde por fim caímos mortos
Na tática tátil dos corpos.
Ao me despir ao seu dispor,
Tiro à queima roupa.
Combate corpo-a-corpo,
Tudo apalpa e nada poupa.
Sou dado, soldado seu.
Confuso de que lado ataco,
Avanço e recuo a tropa
E trôpego pelejo fraco.
A investida aguarda.
Da acometida me salvo.
Ataque à retaguarda!
Seu corpo nu é alvo...
Entocado em sua trincheira,
Em sua pele estrangeira,
Rastreio sem mapa seus rastros.
Alastro-me dando bandeira,
Hasteio e ali finco o mastro.
Meu exército exercito
Explodindo nossas bombas
De anatômicos cogumelos atômicos.
Exploro seu país indômito
E excito tudo o que fito.
Renda-se na emboscada
Desta minha embocadura -
Que demarco com meus dentes
As áreas que a boca procura.
Mordente em arrepio,
Torno a te definir no sexo -
Que crio contorno convexo
No bojo do seio macio.
Quando amando,
Mordo-o em cheio.
Sei-o antes meio vazio...
E vendo os relevos lanhados
E desvendando sua mata,
Você me revira de lado,
Revida e contra-ataca.
Tomba logo o corpo e sente
A hecatomba em combate -
Que o jogo amoroso da gente
É guerra que acaba em empate.
Marcelo Asth
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