ANEL
O anel que tu me deste era frágil -
Destas vitrais estruturas de areia -,
Burilado com cinzel pouco ágil
E em fogo casto que não incendeia.
Desfez-se breve em cacos entre os dedos
Machucando a mão que antes era afago,
Ferindo o brio dos meus pobres medos,
Marcando o peito num terrível estrago.
Contudo, a paixão com o tempo encerra:
Todo princípio merece seu fim.
Melhor a paz em mim que em dois a guerra...
Mesmo assim, indago sem esperança:
Por que me deste então um anel ruim,
Se eu só queria a ti em aliança?
León Bloba
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