sábado, 14 de agosto de 2010

Poema: Insólita - Marcelo Asth


INSÓLITA

A língua procura para um dueto
Teu lábio insueto, sisudo sorriso.

Minha boca sonâmbula,
Insólita, perdida,
Sonhando seu toque
No sonho se guia.

Cigana noturna,
Nômade passeia.

Em meu pensamento
Murmura teu nome,
Serpente insone.

Dormente ela dança,
Balança ela louca
E lambe dormindo
Um céu estrelado
No sonho assanhado
No céu de sua boca.

O beijo é o encontro,
Um poço profundo...

Imaginar tua boca
É recriar outro mundo!

Em sonho sonâmbulo,
Meu lábio aflito,
Procura o seu lábio
Num sonho infinito.

O real se faz sábio:
Acordado não sinto.

Que louca essa boca.
Tão pouca em si arde
Que busca outra boca
De outra cidade.

Se embrenha no sono
E mais cedo ou mais tarde
Encontra o seu dono
No sonho que invade.

Marcelo Asth

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