sábado, 14 de agosto de 2010

Poema: Natureza - Marcelo Asth






Natureza

Vou deitar na tua água
Sem saber se ela é turva,
Ou é clara e gulosa
No deslizar de tua curva.

No delta de algum sorriso
Quero voar entre o suspiro
Que é um vento preciso
No piso de ar que me viro 

Encharco teu barro
E movo o momento na argila.
No matagal me esbarro
E sumo na densa trilha.

Fartura, terra abundante,
Fome e sede de colheita.
Cedes-me a colheita,
Alimento energizante.

Dali tu só distribuis sóis pelos dias,
Fluxo pras correntezas,
Força às ventanias,
Flores pra natureza...

Voar dos cumes, testar teus apriscos...
Em tuas arribanas me arrisco.
Medir folhas, ser formigas,
Lamber os gostos que abrigas.

Naturalizo-me daqui,
habitante de tua terra.

Marcelo Asth

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