domingo, 24 de abril de 2011

Poema: Nefelibata

NEFELIBATA

Eu, doido desequilíbrio,
ébrio dançarino em nuvens,
piso fofo o terreno frágil
querendo estar no meu seguro piso.

O coração nas alturas
desnorteado na pressão,
não sabendo sístole certa,
diástole sofrida demais.

Quem dera ser pássaro altaneiro
no campanário de uma igreja mineira...

Mas eu vou além, um foguete,
querendo explodir mil constelações no escuro.
Nefelibata se debatendo
quando pisa em falso o terreno inóspito,
escorregadio cego de um céu de ego nublado.

Vagueia o vento numa loucura saborosa
soprando e ditando rumos descontroles.
Eu sou tão paixão que nem mais me entendo.
Caio de nuvens, bato no chão
e me suspendo.

León   

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